Vigilância Ativa no Câncer de Próstata

Clínica Aleviaro • 19 de junho de 2024

A vigilância ativa no câncer de próstata é uma abordagem de manejo não radical para pacientes diagnosticados com formas menos agressivas da doença.


Neste artigo vamos explorar como esse processo funciona, seus benefícios, e quando é considerado apropriado para pacientes.


O que é o Câncer de Próstata?


O câncer de próstata é um tumor maligno, afetando aproximadamente
1 em cada 6 homens ao longo de sua vida. Ele se desenvolve na próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino localizada abaixo da bexiga. A próstata é responsável pela produção de parte do fluido seminal que nutre e protege os espermatozoides.


Quais são os Critérios para Vigilância Ativa?


Para ser elegível para a vigilância ativa do câncer de próstata, os pacientes
devem ter tumores confinados à próstata e apresentar características que indicam um risco menor de progressão rápida.


Os critérios incluem um
Gleason score de 6 ou menos, baixos níveis de PSA (antígeno prostático específico, até 10ng/dl) e um pequeno volume do tumor. Vamos detalhar cada um desses critérios:


  • Gleason Score: Este é um sistema de classificação usado para avaliar a agressividade do câncer de próstata. Ele varia de 2 a 10, sendo que uma pontuação de 6 ou menos indica que o câncer é menos agressivo e mais propenso a crescer lentamente.
  • PSA (Antígeno Prostático Específico): O PSA é uma proteína produzida pela próstata. Níveis baixos de PSA no sangue geralmente indicam uma menor probabilidade de câncer agressivo (menor que 10ng/dl).
  • Volume do Tumor: O volume do tumor refere-se ao tamanho do tumor presente na próstata. Tumores de pequeno volume são considerados menos propensos a crescer rapidamente e se espalhar.


A avaliação do tumor é feita por meio de técnicas avançadas como a ressonância magnética multiparamétrica (mpMRI) e biópsias seriadas. A mpMRI é uma modalidade de imagem que fornece
informações detalhadas sobre a extensão e a localização do tumor na próstata, enquanto as biópsias seriadas envolvem a coleta de várias amostras de tecido prostático para uma análise mais precisa.


Este rigoroso processo de seleção garante que a
vigilância ativa seja aplicada a pacientes com menor probabilidade de desenvolver um câncer agressivo, assegurando a segurança e eficácia do tratamento.


Quais são as Vantagens da Vigilância Ativa?


As vantagens da vigilância ativa para câncer de próstata incluem principalmente a redução dos riscos associados aos tratamentos mais agressivos.


Este método
evita procedimentos invasivos desnecessários, como cirurgias ou radioterapia, que podem levar a efeitos colaterais significativos como incontinência urinária e disfunção erétil, preservando assim a qualidade de vida do paciente.


Além disso, permite um
gerenciamento focado e personalizado da doença, com intervenções médicas precisas e oportunas apenas se e quando o câncer demonstrar sinais de progressão, assegurando uma abordagem mais segura e menos disruptiva ao tratamento.


Protocolos de Acompanhamento


Para garantir a segurança e precisão durante a Vigilância Ativa (VA), é seguido um protocolo de acompanhamento rigoroso e abrangente:


1. Exames de PSA Frequentes:


Periodicidade:
A cada 3 a 6 meses, de acordo com as características individuais do paciente e da doença.

Análise Detalhada: Avaliação não apenas do valor absoluto do PSA, mas também da velocidade de mudança (taxa de PSA) e da relação PSA livre/total. Essa análise aprofundada permite identificar precocemente qualquer sinal de progressão do câncer, mesmo que o PSA total se mantenha dentro da faixa normal.

Tecnologia de Ponta: Aplicação de métodos de última geração para a dosagem do PSA, como o PSA ultrassensível, que garante a máxima precisão e detecção precoce de alterações, mesmo em níveis baixos.


2. Biópsias Seriadas com Técnica Avançada:


Regularidade:
Realizadas a cada 1 a 2 anos, ou com maior frequência em casos específicos, para acompanhar a evolução da agressividade do tumor.

Técnica de Fusão de Imagens: Fusão de imagens de ressonância magnética multiparamétrica (RMmp) com a biópsia por ultrassom transretal, guiando a coleta de amostras com extrema precisão para áreas mais suspeitas, aumentando as chances de detectar possíveis mudanças no tumor.

Análise Patológica Detalhada: As amostras de biópsia são submetidas a um exame patológico rigoroso por um patologista experiente em uro-oncologia, que avalia minuciosamente diversos parâmetros, como o escore de Gleason e a presença de invasão vascular ou linfática. Essa análise aprofundada fornece informações cruciais para o acompanhamento da doença e para a tomada de decisões futuras.


3. Acompanhamento Clínico:


Consultas Regulares com Urologista Especialista:
Consultas a cada 3 a 6 meses com um urologista experiente em VA, que irá avaliar os resultados dos exames, discutir as mudanças na doença e orientar sobre as melhores opções para o paciente.

Equipe Multidisciplinar à Disposição: Acesso a uma equipe multidisciplinar composta por oncologistas, radioterapeutas, psicólogos e nutricionistas, que podem ser acionados caso necessário para fornecer suporte adicional ao paciente e sua família.

Orientação Personalizada: Abordagem individualizada, considerando as características do paciente, da doença, das comorbidades e das preferências pessoais, para garantir um plano de acompanhamento personalizado e eficaz.


4. Comunicação Clara e Transparente:


Explicação Detalhada do Protocolo:
O paciente recebe uma explicação clara e detalhada do protocolo de acompanhamento durante a VA, incluindo os objetivos, os exames a serem realizados, a periodicidade das consultas e os critérios para a mudança para outras opções de tratamento.

Canal de Comunicação Aberto: Canal de comunicação aberto com o urologista responsável, permitindo que o paciente tire dúvidas, expresse suas preocupações e receba orientação sempre que necessário.

Decisões Conjuntas: As decisões sobre o tratamento são tomadas em conjunto entre o paciente e a equipe médica, com base nas informações coletadas durante o acompanhamento e nas preferências do paciente.


5. Foco na Qualidade de Vida:


Minimização dos Impactos do Tratamento:
A VA visa minimizar os impactos do tratamento na qualidade de vida do paciente, permitindo que ele mantenha suas atividades rotineiras e aproveite ao máximo a vida.

Suporte Emocional e Psicológico: A equipe multidisciplinar oferece suporte emocional e psicológico ao paciente e sua família, ajudando-os a lidar com as incertezas e desafios do diagnóstico e do tratamento.

Promoção da Saúde Integral: Orientação sobre hábitos saudáveis, como dieta, atividade física e controle do estresse, para promover a saúde integral do paciente e contribuir para o seu bem-estar geral.


Tecnologias de Imagem e Pesquisa


A cada dia novas tecnologias mais avançadas e pesquisas mais inovadoras surgem para oferecer aos pacientes o melhor cuidado possível contra o câncer de próstata. Em relação a Vigilância Ativa (VA), destaca-se:


1. Ressonância Magnética Multiparamétrica (mpMRI)


  • Precisão Aprimorada: A mpMRI oferece imagens de alta resolução da próstata, permitindo a detecção precisa de tumores, inclusive aqueles em estágios iniciais e de difícil visualização por outros métodos.
  • Informações Detalhadas: A mpMRI fornece informações valiosas sobre as características do tumor, como sua localização, tamanho, extensão e agressividade. Essas informações são essenciais para a tomada de decisões precisas sobre o tratamento, como a necessidade de biópsia ou a escolha do tratamento mais adequado.
  • Monitoramento Eficaz: A mpMRI também pode ser utilizada para monitorar a progressão do câncer ao longo do tempo, permitindo identificar precocemente qualquer alteração na doença e ajustar o plano de tratamento conforme necessário.


2. Pesquisa Contínua para Aprimorar a Vigilância Ativa


Pesquisas ativas
são feitas para refinar os protocolos de VA e aumentar sua eficácia. Novos protocolos estão sendo desenvolvidos para otimizar a seleção de pacientes para VA, a periodicidade dos exames e os critérios para a mudança para outras opções de tratamento. Além de pesquisas que visam aumentar a precisão da VA, reduzindo o risco de diagnósticos incorretos e garantindo que os pacientes recebam o tratamento mais adequado para sua condição.


Lembre-se: A Vigilância Ativa é apenas uma opção de tratamento para o câncer de próstata, e nem todos os pacientes são candidatos a essa abordagem. É importante
consultar com um urologista experiente para discutir as opções de tratamento mais adequadas para sua condição individual.


Perguntas Frequentes


O que é vigilância ativa do câncer de próstata?

A vigilância ativa é uma estratégia de manejo para homens com câncer de próstata de baixo risco, que envolve monitoramento regular da doença através de exames e testes para determinar se o tratamento mais agressivo é necessário.


Como funciona o rastreamento do câncer de próstata?

O rastreamento do câncer de próstata geralmente inclui a realização de um teste de sangue para medir os níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico) e um exame de toque retal, que ajudam a detectar anormalidades na próstata que podem indicar a presença de câncer.


Qual exame mais seguro para detectar câncer de próstata?

A biópsia da próstata é considerada o método mais confiável para diagnosticar o câncer de próstata, geralmente precedida por exames de PSA e de toque retal para identificar candidatos adequados para a biópsia.


Como saber se o câncer de próstata se espalhou?

Para determinar se o câncer de próstata se espalhou, são realizados exames de imagem como ressonância magnética (MRI), tomografia computadorizada (CT), cintilografia óssea e o PET com PSMA, que podem detectar a presença de metástases em outras partes do corpo.


Quem é elegível para o vigilância ativa?

A vigilância ativa geralmente é recomendada para homens que têm câncer de próstata considerado de baixo risco, que é caracterizado por um PSA baixo, um escore de Gleason baixo (≤6), e um tumor que não é palpável ou visível por imagem.


Quais são os riscos da vigilância ativa?

Os riscos incluem a possibilidade de o câncer se tornar mais agressivo ou se espalhar antes de ser detectado, o que pode limitar as opções de tratamento e afetar os resultados a longo prazo.


Como é decidido quando passar de vigilância ativa para tratamento radical?

A transição para tratamento radical é baseada em sinais de progressão do câncer, como aumento no PSA, piora no escore de Gleason, ou aumento do volume ou grau do tumor detectado em biópsias de acompanhamento.


O que acontece se o câncer progredir durante a Vigilância Ativa?

Se o câncer de próstata mostrar sinais de progressão durante a vigilância ativa, como aumento do PSA ou mudanças na biópsia, o médico pode recomendar iniciar tratamento ativo, que pode incluir cirurgia, radioterapia ou outras terapias.


A Vigilância Ativa afeta minha vida sexual?

A Vigilância Ativa em si não afeta diretamente a função sexual. Contudo, a ansiedade relacionada ao diagnóstico de câncer de próstata pode impactar a saúde sexual. Conversar com um profissional de saúde pode ajudar a gerenciar essas preocupações.


Como são determinadas as frequências dos exames durante a vigilância ativa?

A frequência dos exames durante a vigilância ativa é determinada individualmente, baseada em fatores como o nível de PSA, resultados de biópsias anteriores, e saúde geral do paciente. Normalmente, isso inclui testes de PSA a cada 3 a 6 meses e biópsias a cada 1 a 3 anos.


Quais são as taxas de sucesso a longo prazo da vigilância ativa comparadas com os tratamentos tradicionais?

Estudos indicam que as taxas de sucesso a longo prazo da vigilância ativa são comparáveis às de tratamentos mais invasivos para câncer de próstata localizado, especialmente em pacientes com tumores de baixo risco. A decisão entre vigilância ativa e tratamento radical deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa das características individuais do tumor e da saúde do paciente.


Encontre o especialista certo para tratar da sua condição


O monitoramento ativo no câncer de próstata oferece uma alternativa valiosa para o tratamento imediato, equilibrando eficazmente a
intervenção médica com a qualidade de vida. É fundamental que os pacientes discutam abertamente com seus médicos para entender completamente os riscos e benefícios desta abordagem.


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